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Justiça climática e desenvolvimento humano marcam debates na manhã desta quarta-feira (23)

23 julho, 2025 Hendryo André Comments Off

Discussões giraram em torno de como utilizar a educação ambiental para promoção da justiça climática local e global e o desenvolvimento humano integrado com o meio ambiente

A manhã desta quarta-feira (23) do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa foi marcada por debates sobre como a educação ambiental pode ser utilizada para promoção da justiça climática e o desenvolvimento humano integrado ao meio ambiente.

O evento é organizado pela RedeLuso, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, na Fundação Matias Machline, e segue até a próxima sexta-feira (25/7).

Os temas foram abordados durante os painéis “Educação ambiental e justiça climática global e local” e “Educação ambiental e desenvolvimento humano: os direitos fundamentais”, com participação de pesquisadores do Timor Leste, de Portugal, de Guiné-Bissau, de Moçambique, de Cabo Verde e do Brasil. 

Durante as discussões do painel “Educação ambiental e justiça climática global e local”, a professora da Universidade de Aveiro e cofundadora da Common Home Of Humanity, Sara Moreno Pires, apresentou algumas experiências de Portugal referentes às mudanças climáticas e fez um alerta: “Não há justiça climática se não protegermos esse patrimônio, o nosso planeta”. 

“Nos últimos 70 anos nós começamos a destruir tudo o que nos mantém estáveis e iniciamos um processo de destruição do planeta, da nossa casa comum. O desafio é pensar de fato o futuro, o que queremos. Estamos caminhando para um planeta extremamente ardente, um planeta que não garante a sobrevivência. Temos pouco tempo para reagir. Já estamos em uma zona de perigo”, disse a professora.

O professor e advogado de Guiné Bissau, Catenda Djeme, também chamou a atenção para o papel primordial do conhecimento tradicional e não tradicional para equidade e inclusão social e ambiental. Para ele, a luta contra as mudanças climáticas deve considerar as necessidades das populações mais vulneráveis como as comunidades indígenas, pobres e marginalizadas.

“A integração da educação ambiental com a justiça climática permite que as pessoas entendam as interconexões entre suas ações cotidianas e os desafios globais, promovendo um movimento mais colaborativo e justo para enfrentar a crise climática. A luta é de todos e a educação é a chave para garantir que cada indivíduo e cada comunidade tenha um papel a desempenhar nessa transformação”, defendeu. 

Representando os jovens que participam do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, a especialista em Educação e estudante do Timor Leste, Anacleta Pinto da Silva, ressaltou que a juventude ativista pode desempenhar um papel primordial como alternativa à educação ambiental para conscientizar os demais jovens sobre a crise climática.

Ela citou projetos exitosos no Timor Leste, desenvolvidos por jovens, voltados à educação ambiental como o “Partilha de terraços”, uma técnica alternativa para a agricultura sustentável em terras altas; “Inglês para Ecologia”, no qual foi criado um curso que permite às crianças e jovens locais aprender inglês com palavras/termos predominantemente ecológicos por conteúdo; e o “Festival Terra Madre”, para celebrar o dia internacional da “mãe Terra”. 

Mudanças necessárias

O técnico do Ministério da Agricultura e Meio Ambiente de Cabo Verde, João Vieira, também ressaltou a participação dos jovens para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e defendeu como as comunidades rurais podem participar do processo de preservação do ambiente natural.

“Como atingir os ODS nas comunidades rurais? Projetos estruturantes, estratégias de adaptação/mitigação no setor de água e agricultura”, explicou. 

Ele apresentou o impacto do fornecimento de água para segurança hídrica e alimentar das comunidades rurais em Cabo Verde. Mas, mesmo diante das dificuldades, disse que a meta é garantir a disponibilidade e a gestão sustentável de água potável e saneamento para todos.

Para a especialista em biodiversidade e cientista de Moçambique, Alexandra Jorge, é necessário uma mudança de mentalidade para educação ambiental.

“A mudança de mentalidade não é fácil, precisamos motivar outros a fazer juntos e mais. Apesar das diversas formas de divulgação audiovisual e das novas formas de tecnologia remota, o papel, a relevância e a necessidade de ter sempre que possível uma interação direta pessoal ainda é insubstituível”, defendeu a cientista. 

A educadora, escritora e socióloga, Moema Viezzer, reforçou o discurso sobre uma mudança de mentalidade para que o ser humano passe a ter uma visão sistêmica do ambiente, incluindo os seres humanos, os demais habitantes do planeta e a relação de todos com a “Mãe Terra”

“Estamos diante de um novo paradigma de reconhecer a Terra como um sujeito de direitos. Os Estados têm que dar um “basta” aos modelos que destroem a natureza. Eles precisam aderir e passar pela transição para sociedades sustentáveis com justiça social e ecológica. Juntas: uma não é alcançável sem a outra. Este é o cerne da educação ambiental”, ponderou Viezzer. 

As discussões seguem na tarde de quarta-feira com a realização da mesa redonda “Reconexão com a natureza: artes, florestas e saúde – caminhos na educação ambiental” e uma sessão de lançamento de livros e materiais didáticos, esta última atividade no Centro Cultural Povos da Amazônia.

Programação

Integrado à agenda preparatória da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa tem como tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”

A programação conta com painéis temáticos, oficinas, minicursos, conferências, sessões de apresentação de trabalhos científicos, pôsteres e materiais audiovisuais, visitas a comunidades locais, além do lançamento de livros e atividades culturais que valorizam a sociobiodiversidade amazônica. 

As atividades do Congresso seguem até sexta-feira (25) com a presença de 1,6 mil pessoas inscritas.

Programação completa

Site (https://www.ealusofono.org/programacao) ou documento (https://bit.ly/3Gzh3Hp

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