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Troca de experiências sobre políticas públicas para educação ambiental marcam primeiro painel temático de congresso de educação ambiental

23 julho, 2025 Camila Carvalho Comments Off

Três especialistas da Galiza, de Portugal e do Brasil discutiram como os compromissos ambientais podem orientar respostas efetivas à emergência climática e citaram exemplos aplicados em seus países

O primeiro painel do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, na manhã desta terça-feira (22), foi marcado pela troca de experiências sobre políticas públicas para educação ambiental e de que forma ela pode ser utilizada como instrumento de transformação social e política. O evento é organizado pela RedeLuso, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, na Fundação Matias Machline, e segue até a próxima sexta-feira (25/7).

Com o tema “Compromissos Internacionais, Nacionais e Municipais com as Políticas Públicas de Educação Ambiental como resposta às Crises Ambiental e Climática”, o tema foi exposto pelo investigador pós-doutoral na Universidade de Santiago de Compostela, Julio Conde (Galiza); pela professora da Universidade de Porto, Carla Malafaia (Portugal); e pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e professor, Henrique dos Santos Pereira (Brasil).

Iniciando as discussões, Julio Conde propôs uma reflexão sobre as noções ambientais e amplamente aceitas pela sociedade que, segundo ele, mascaram uma carga política. “Desmascarar essas questões deve ser o primeiro passo para uma discussão ambiental com impacto real e tangível nas políticas públicas dos nossos estados”, apontou Conde.

Segundo ele, é necessário que haja uma educação ambiental emancipatória que deve estar ancorada no questionamento dos modelos de produção e consumo e na procura de alternativas em outras formas de habitar o mundo. 

Deixaremos que a transição energética continue na lógica predatória ou na construção de um mundo mais justo e sustentável? A resposta dependerá da nossa capacidade de articular resistência, construir alternativas e conectar ideias em uma perspectiva global de transformação. Consequentemente, é imperativo que as políticas públicas abracem a educação ambiental como um instrumento de transformação social e política, assim como uma peça fundamental para enfrentar as crises ambientais e climáticas que estamos a viver”, defendeu Julio Conde.

Experiências

A professora da Universidade de Porto, Carla Malafaia, trouxe uma visão da educação ambiental ativista com abordagens comunitárias e educacionais na construção de políticas públicas. Ela ressaltou o reconhecimento do ativismo como educação política, desenvolvimento de dispositivos comunitários colaborativos com espaço de diálogos com quem é invisibilizado na esfera pública, e um mutirão como horizonte ético e político, convocando posições plurais que convergem para uma condição terrestre partilhada.

“Precisamos estar atentos ao que o ativismo tem para nós ensinar e tem muito, senão não seria ameaçado. Educação ambiental é persistência e a persistência que a natureza nos ensina deve ir para as políticas públicas”, disse, parafraseando, inclusive, a ministra do Meio Ambiente da Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva.

Ela apresentou as experiências vivenciadas em Portugal, com um percurso de 40 anos de políticas públicas de educação ambiental e afirmou que há uma enorme oscilação de políticas e compromissos com avanços e muitos recuos. 

“Embora o discurso político não os tenha como participantes, os jovens mobilizam-se e são importantes nas discussões sobre questões climáticas. Em Portugal, houve a ocupação de escolas pelo fim dos combustíveis fósseis”, citou. 

Ela defendeu que a escola não seja vista apenas como último reduto da cidadania, mas que seja reconhecida sua inevitabilidade como espaço de educação política, com vistas à valorização e construção do conhecimento. “Para além de contatos folclorizados com “a vida lá fora”, com envolvimento comunitário sustentável”, apontou Carla Malafaia. 

No Brasil, os exemplos de educação ambiental foram apresentados pelo diretor do Inpa e professor, Henrique dos Santos Pereira. Ele citou como exemplo de educação ambiental no Amazonas a Escola da Floresta na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, que tem um currículo contextualizado, utiliza madeira de manejo, captação de água e que expressa o espírito da governança compartilhada e resiliência local. 

Segundo ele, a intensificação das crises climáticas exigem respostas que articulam ciência, educação e políticas públicas efetivas. Nesse cenário, ele defendeu que a educação ambiental seja consolidada como um eixo estruturante dessas respostas, tanto no plano internacional como nacional, sendo reconhecida como direito e dever coletivo.

Henrique Pereira fez um retrospecto dos compromissos nacionais e internacionais firmados pelo Brasil, especialmente os compromissos nacionais com a educação ambiental, além de apresentar os normativos legais sobre educação ambiental e alguns dos resultados alcançados rumo à COP 30. 

“O compromisso do Brasil revela-se como uma estratégia não apenas para comprimento dos acordos internacionais, mas para a construção de uma sociedade democrática, justa e integrada. O fortalecimento da nossa política de educação ambiental como eixo estruturante da transição justa e uma política pública intersetorial, crítica e emancipada”, disse o diretor. 

Congresso

Integrado à agenda preparatória da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), o VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa será realizado em Manaus, de 21 a 25 de julho de 2025, com o tema Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver.

O evento reunirá mais de 1,6 mil congressistas de 10 países e contará com a participação de nomes como a ministra Marina Silva (na abertura) e o pesquisador Carlos Taibo (no encerramento), além de representantes de comunidades tradicionais, instituições acadêmicas e órgãos públicos.

A iniciativa é organizada pela Rede Lusófona de Educação Ambiental (RedeLuso), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do ClimaMinistério da EducaçãoGoverno do Estado do AmazonasSecretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar do AmazonasSecretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas e Fundação Matias Machline.

O evento tem apoio da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (Aspea), Articulação Nacional de Políticas Públicas de Educação Ambiental (Anppea), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Centro de Educação Ambiental e Preservação do Patrimônio (Ceapp), Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBea), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Lixo Zero Brasil, Itaipu Binacional, Universidade Federal do Paraná (UFPR), República Portuguesa, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ASL Brasil – Projeto de Paisagens Sustentáveis da Amazônia, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Tribunal de Contas do Estado do Amazonas e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Programação completa

Site (https://www.ealusofono.org/programacao) ou documento (https://bit.ly/3Gzh3Hp). 

Camila Carvalho, assessoria de imprensa do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental de Países e Comunidades de Língua Portuguesa

Assessoria de Imprensa
📍 Sala de imprensa no local do evento (C106)
📞 Hendryo André | 41 99700-7652
📧 hendryoandre@gmail.com
📸 Materiais de apoio: https://bit.ly/4nCBPXs
📎 Kit de identidade visual: https://bit.ly/3GfbsWR
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